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quem é Barreto?

"Quem o ler, certamente concordará que ele é um grande escritor" (Maria Valéria Rezende)

UM POUCO SOBRE O AUTOR:

 

Geraldo Maciel, mais conhecido como Barreto, nasceu em  Nova Palmeira, na Paraíba, em 2 de abril de 1950. O nome Barreto, apesar de não ter acompanhado o autor formalmente em seu nome, fazia parte do sobrenome de seu pai. Além disso, quando foi morar em Catolé do Rocha com seu primo, que todos chamavam de Barreto, passou também a ser conhecido pelo nome. O título passou a acompanhá-lo desde então. 

O autor foi casado com Maria de Fatima Santos de Araujo e teve três filhos: Murilo Maciel Santos de Araujo, Germano Maciel Santos de Araujo e Julio Maciel Santos de Araujo. Graduou-se em Engenharia Civil, fez mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutorado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). Também foi Professor do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Paraíba.

Segundo a Página Paraíba Criativa, quando garoto, ainda estudante do ensino médio na cidade de Catolé do Rocha, seu grande incentivador foi o Frei Marcelino de Santana, do Colégio Franciscano Dom Vital. Os encontros entre o então adolescente Geraldo e os livros, começaram bem ali, na biblioteca ampla e de títulos diversificados do Colégio, onde leu seu primeiro livro “Recordação da Casa dos Mortos”, de Dostoiévksi.

 

Com apenas 16 anos de carreira literária, publicou três livros: “Aquelas Criaturas Tão Estranhas”, pela Editora Rio Folhas (RJ), em 1995, “O Inventário de Pequenas Paixões” (2000) e “Concertista e a Concertina” (2006), ambos pela editora Manufatura (selo do próprio autor), todos compostos de contos. Um ano após a publicação do seu primeiro livro, recebeu o Prêmio Escritor Revelação pela Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba. Pelo Correio das Artes, obteve em 2004, o Prêmio Melhor Escritor. Em 2008 recebeu o Prêmio Cidade do Recife, com o romance “Peccata Mundi”.

Infelizmente, o autor teve sua carreira interrompida prematuramente e faleceu em 2009, em João Pessoa, aos 59 anos de idade. Na época estava em negociação com uma grande editora para a publicação de seu próximo romance.

 

 

barreto e família

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

o que dizem sobre ele

OBRAS PUBLICADAS 

 

Para além da lista acima, o autor publicou o livro de contos "Os colecionadores" (2008), e, em 2025, terá o romance "A espera do Barão Vermelho" publicado pela editora Dromedário, de João Pessoa. O autor ainda integra coletâneas como "Contos Cruéis" (Ed. Geração, São Paulo, 2006) e "Quartas Histórias" (Editora Garamond, Rio de Janeiro, 2006), organizadas pelo escritor maranhense Rinaldo de Fernandes.

 

assista maria valéria rezende lendo o conto "o escritor", contido no livro os colecionadores

 

 

 

 

 

 

Prêmios recebidos:

Em apenas 16 anos de carreira o autor recebeu prêmios que deixam clara a relevância de sua carreira literária, interrompida tão precocemente.

  • Prêmio Escritor Revelação pela Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba (1996).

  • Prêmio Melhor Escritor, pelo Correio das Artes (2004)

  • Prêmio Lucílio Varejão/Cidade do Recife, com o romance Peccata Mundi (2012).

sobre O PREMIADO PECCATA MUNDI:

 

Para dar um gostinho desse romance, falemos rapidamente sobre seu enredo. Ele conta a história do Padre Carrão, que, ironicamente, é a figura perfeita dos sete pecados capitais, com três esposas, doze filhas e uma fortuna proveniente do dinheiro alheio. Sua suposta devoção a doze “Marias”, uma santa para cada mês, faz com que os devotos garantam que os cofres da igreja estejam cheios todo o ano. Assim, numa escrita cheia de humor e ironia, o autor traz uma ferrenha crítica a essa figura religiosa, que se aproveita dos fiéis para ascender na vida, e que, além do mais, professa uma fé e uma vida que não pratica, apenas prega.

"Um livro que parece simples numa leitura superficial, mas, ah!, que riqueza de vocabulário e que esperto o Maciel para ocultar os cuidadosos artifícios com que constrói e desenvolve sua trama, o fino e o irônico espírito crítico que emerge sutilmente, cá e lá, ao longo do texto, aparentemente ingênuo" (Maria Valéria Rezende).

seus livros de contos 

Os três livros de contos do autor trazem temáticas semelhantes, que perpassam grande parte das narrativas, como a pobreza, a miséria, os mandos e desmandos de figuras coronelistas, a submissão dos mais pobres, a fome etc. Mas é importante dizer que a literatura do autor não é regionalista, mas sim universal, já que, por exemplo, as agruras, dificuldades e vivências dos personagens nas tramas poderiam ser referentes a qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo.

"Vejo, na experiência de Geraldo Maciel, a articulação de um texto literário universal, cujo motivo nuclear e recorrente, e mais caracteristicamente seu (...) é precisamente as fraturas da condição humana. Mas daquela condição humana que mergulha, de maneira violenta, nos espaços associais, no mundo subterrâneo da miséria e do abandono" (HILDEBERTO BARBOSA, 1999, grifos nossos).

Outro ponto que se destaca são seus personagens, que estão bem longe daquela idealização do romantismo. Não tem nada de perfeição nessas criaturas, pelo contrário, elas são retratadas com suas imperfeições e dualidades. Por vezes, vemos através delas características do bem e do mal, numa imagem perfeita daquilo de que somos constituídos: luz e sombra.  

"Os personagens de Geraldo Maciel para além de serem inocentes ou culpados, bons ou maus, são todos profundamente humanos e por isto mesmo contraditórios em suas ações." (Editora Manufatura, 2000, grifos nossos).

Seu último livro de contos, O concertista e a concertina (2006), traz a presença relevante da literatura fantástica, já pincelada em seus livros anteriores. O autor trabalha o fantástico de maneira mais sutil, nos deixando nos fatos misteriosos e "fora do comum", a impressão de que sempre há para eles uma explicação plausível e baseada na realidade. É nesse ponto que podemos classificá-los como pertencentes ao estranho, subcategoria do fantástico. Sobre isso, Hildeberto Barbosa, ao falar sobre a obra do autor, nos deixa entrever essa característica em sua fala:

" se inaugura assim como um contista do desespero, um contista da fome, um contista do patético, um contista do estranho".

(Hildeberto Barbosa Filho)

"Os personagens de Geraldo Maciel são gente simples (...). Um exército de pequenas pessoas, todas elas por nós conhecidas, com seus dramas, grandezas e misérias, traçando uma teia que os enreda – e a nós seus leitores também – onde a redenção e a queda, a alegria e a tristeza, a salvação e a culpa, são faces da mesma moeda"

(EDITORA MANUFATURA in MACIEL, 2000, s/p).

"é um escritor generoso. Escreve para o leitor, para todos os leitores, não apenas para seus pares, os escritores, nem para os anti-pares, os críticos"
(Maria Valéria Rezende)

Aquelas Criaturas tão estranhas
Livro de contos
(1995)

Inventário de pequenas paixões
Livro de contos
(2000)

O concertista e a concertina
Livro de contos
(2006)

Peccata Mundi
Romance
(2012)

Aquelas criaturas tão estranhas capa
Inventário de pequenas paixões
O concertista e a conterina capa
Peccata Mundi
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Obras publicadas
Prêmios recebidos
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Ausência

​Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

 

(Carlos Drummond de Andrade)

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Na foto acima vemos Barreto com sua esposa, Maria de Fátima Santos de Araujo, e seus filhos Murilo, Germano e Julio.

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Aqui as noites são mais longas
Romance
(2014)

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"Geraldo Maciel se inaugura assim como um contista do desespero, um contista da fome, um contista do patético, um contista do estranho".

(Hildeberto Barbosa, 1999, grifos nossos).

Peccata Mundi
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